Anatel detalha metodologia de pesquisa de satisfação

No seminário em que foram apresentados dados das mais recentes pesquisas de hábitos e perfil dos assinantes de TV paga, nesta quinta, 9, na ABTA 2003, Gil Ribeiro Filho, da Anatel, deu mais detalhes a respeito da metodologia utilizada pelos institutos contratados pela agência reguladora para a pesquisa de satisfação com o assinante dos sistemas de TV por assinatura no País. Foram realizadas 3,1 mil entrevistas entre usuários de cabo (1,575 mil), MMDS (1,025 mil) e DTH (500) – números passíveis de ponderação, de acordo com a distribuição das tecnologias no universo de assinantes. Segundo os responsáveis pelo estudo, tamanho volume foi necessário para retratar o assinante das diversas regiões do país do maior número possível de operadoras.

Ibope

Para Flávio Ferrari, diretor executivo do Ibope Mídia, a oportunidade de crescimento para o mercado de TV por assinatura está na reconquista de clientes que se desligaram da base. Segundo dados de uma pesquisa feita pelo instituto, a POP Pay-TV (que “pega carona” num painel maior feito pelo instituto), 28% das pessoas que já foram assinantes querem voltar à base. Já 13% das pessoas que nunca assinaram TV paga pretendem ser clientes. Outro dado interessante apresentado por Ferrari é que 21% de entrevistados disseram que pagariam para receber a TV aberta com melhor qualidade. E, destes, 50% estariam dispostos a pagar mais de R$ 15,00 por este serviço. Na opinião do diretor do Ibope, as pessoas não querem ter TV por assinatura porque ainda não percebem uma relação custo/benefício positiva. Sem uma mudança no perfil de atuação será difícil conseguir um crescimento significativo, a não ser que haja um crescimento na economia do País, que permita que as pessoas comprem um item que não aparece nas pesquisas como prioritário em sua preferência de consumo.

Classes C/D/E

Karla Mendes, da Quantas, apresentou dados que mostram que o ingresso de parcelas das classes C/D/E no segmento de TV por assinatura não significou uma desqualificação do público. “Não há desqualificação. As pessoas fora das classes A e B que ingressaram nos últimos anos no sistema têm, basicamente, poucas diferenças, apresentando os mesmos gostos e hábitos. Reúnem, enfim, o que há de melhor entre todas as classes sociais, ou seja, o seu maior poder de consumo, estilo de vida com mais qualidade e também se mostra um perfil mais antenado com as novidades”.